sábado, 28 de fevereiro de 2009

Superpowers

Atribuem a Siddharta Gautama, o Buda [comentários entre colchetes]:

“Quando um monge desenvolveu e procurou as quatro bases do poder, ele experimenta múltiplos poderes supranormais [iddhis]. Sendo um ele se torna muitos; tendo sido muitos, torna-se um [como o Multi-Homem dos Impossíveis!] Ele aparece. Ele desaparece [Susan Storm...]. Ele passa pelas paredes, fortificações e montanhas como se fosse através do espaço vazio. Ele afunda e emerge da terra como se ela fosse água [The Vision]. Ele anda sobre a água sem afundar [como fizeram Jesus e o apóstolo de fé vacilante...] como se fosse terra seca. Sentado de pernas cruzadas ele voa através do ar como um pássaro alado [São José de Cupertino]. Com sua mão ele toca e golpeia até o Sol e a Lua, de tão forte e poderoso. Ele exerce sua influência com seu corpo tão longe quanto os mundos de Brahma.”

No contexto católico, poderes supranormais desse tipo são chamados “carismas”.

E entre os sufis, “barakah”.

Uma leitura interessante sobre o tema é La dottrina del risveglio (1943; “A doutrina do despertar”; encontrável por aí em inglês como The Doctrine of Awakening), do Barão Evola, especialmente o capítulo 14.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Carta de Alexandre a Aristóteles citada por Plutarco

"Alexandre a Aristóteles, saúde. — "Não fizeste bem em publicar teus livros de ciências especulativas, porque não teremos nada acima dos outros se o que nos ensinaste em segredo é publicado e comunicado a todos. Desejo que saibas que eu preferiria superar os outros no conhecimento das coisas elevadas e sublimes, e não em poder. Adeus".

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Nomes e retratos

The ´form´ is common to the imago imaginans and the imago imaginata. Hence the magical power of names (words, as Plato says, being images of things) and of portraits. We often say of a good portrait, ´That´s me´; and if the portrait is ´ideal´ this may be true in the higher sense.” Ananda K. Coomaraswamy, What is Civilisation? and other essays, p.56

http://books.google.com.br/books?id=2AGrJwNmSSwC

(A ´forma´ é comum à imago imaginans e à imago imaginata. Daí o poder mágico dos nomes (palavras, como Platão diz, sendo imagens de coisas) e de retratos. Frequentemente dizemos de um bom retrato, ´Aquele sou eu´; e se o retrato é ´ideal´ isto pode ser verdadeiro no sentido mais elevado)

[imago imaginans e imago imaginata são, respectivamente, o arquétipo e a imitação em terminologia escolástica]

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Alan Moore sobre o poder da escrita e do desenho

Talvez o quadrinhista mais badalado da atualidade seja Alan Moore.

Diversos filmes já se basearam em obras dele (Do Inferno, A Liga Extraordinária, V de Vingança...)

Um dos filmes mais aguardados para este ano é Watchmen, transposição de sua obra-prima de meados dos anos 80.

Moore, segundo costuma contar, resolveu se tornar um mago quando completou 40 anos.

Dedicou uma série de quadrinhos, Promethea, à sua visão da Magia.

Dizia ele numa entrevista:

I've realized that you have to be careful what you say and write, There is something spooky about writing. I read an interview with [cartoonist] Carol Lay recently where she mentioned that she had to take care not to draw anything too negative in her scripts because it would probably happen. Robert Crumb had agreed with her on this. He said that it's really a kind of mind over matter thing, you draw something and then it happens, which is why Crumb always draws his sex fantasies. You'll find yourself writing about events that haven't happened yet, and at the same time, you'll also find all kinds of eerie feedback between your text and life. When I started to notice that sort of stuff becoming predominant in my work, I realized I had a choice - I could either ignore it and assume that it is a product of my overtired perceptions, or I could explore it and see if there is anything interesting there.

(Eu percebi que você tem que ter cuidado com o que você diz e escreve. Há algo fantasmagórico no ato de escrever. Li recentemente uma entrevista com a [cartunista] Carol Lay onde ela mencionava que tinha o cuidado de não desenhar nada muito negativo em seus roteiros porque provavelmente aconteceria. Robert Crumb concordaria com ela nesse ponto. Ele disse que é realmente uma coisa de "mente sobre a matéria", você desenha algo e então acontece, e é por isso que Crumb sempre desenhava suas fantasias sexuais. Você se encontrará escrevendo sobre eventos que ainda não aconteceram e, ao mesmo tempo, você encontra todos os tipos de respostas misteriosas da vida aos seus textos. Quando eu comecei a notar esse tipo de coisa se tornando predominante no meu trabalho, eu percebi que tinha uma escolha – eu podia ou ignorar isso e assumir que era um produto das minhas percepções exaustas, ou eu podia explorá-la e ver se há algo interessante nela.)

Em “Sobre a Escova e a Dúvida”, em Tutaméia, Guimarães Rosa também relata experiências desse tipo.