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Maria Lactans (c.1630), por Guido Reni (1575-1642)
“Leite” é anagrama de “elite”.
Procurando entender o que certas circunstâncias podem significar.
Tudo tem o seu simbolismo e por isso fui ver nos meus dicionários favoritos qual a estrutura simbólica ligada à substância:
“LEITE Assim como a vaca, também o leite pertence às origens nos mitos cosmogônicos; segundo uma tradição indiana, o mundo era inicialmente um oceano láctico, do qual surgiram animais e seres humanos pela rotação do eixo terrestre. Como primeiro alimento do recém nascido, o leite em seu sentido significativo é ligado à água da vida. Antigos relevos egípcios mostram como o rei toma o leite no úbere da vaca celeste, i.e., adquire forças celestes. A associação de idéias leite-céu também é encontrada na palavra “via láctea” (gr. galaxias) e no antigo mito do leite derramado da divindade materna, no qual se baseia. Nos mistérios de Átis e Ísis, o copo de leite estendido ao iniciado simboliza o renascimento. Nos primórdios do cristianismo, o leite e o mel tinham o sentido de um medicamento da imortalidade (pharmakon athanasias). Em Ct 5,1 o leite no jardim do noivo celeste pertence à alimentação vital sobrenatural. Para os fiéis, “o leite manará das colinas” no final dos tempos (J1 4,18). Na Primeira Epístola de Pedro, o desejo por leite significa o desejo de salvação. Com base na glorificação dos seios de Maria (Lc 11,27), a Maria Galaktrophusa (gr. doadora de leite, lat. Maria lactans = Maria amamentadora) tornou-se motivo iconográfico difundido; representações barrocas mostram um jato de leite saindo do seu seio e caindo sobre um santo.[...]” Manfred Lurker, Dicionário de Simbologia, Martins Fontes, 1997, p.383-4
O Dicionário de Símbolos de Chevalier e Gheerbrant (p.543) acrescenta:
“(...)A Vida primordial, e portanto eterna, e o Conhecimento supremo, e portanto potencial, são sempre aspectos simbólicos associados, ainda que não misturados. É bem o que sobressai das inúmeras citações ou referências que se poderiam reunir a respeito do leite.(...)”
Leite (da cabra Amalteia) e mel (recolhido pela ninfa Melissa) também foram os alimentos do jovem Zeus refugiado no Monte Ida.
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