
Afrodite, Helena, Eros e Menelau (Museu do Louvre)
Três nomes de mulher ligados a personagens do mundo grego antigo ainda muito populares hoje em dia são “Helena”, “Thaís” e “Laís”.
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Helena (Helen, Ellen, Ἑλένη) pertence principalmente ao domínio do mito e da lenda.
Filha de Zeus e Leda, a predileção de Páris pela beleza dela em detrimento dos prêmios oferecidos por Hera e Atena acabou sendo, possivelmente, a causa final da destruição de Tróia. Mas depois de toda a confusão, ela é vista feliz em Esparta na Odisseia.
As etimologias que me parecem mais razoáveis para o nome ligam-no à Lua (Σελήνη) ou ao vocábulo ἐλένη (tocha). Tem o valor numérico 98.
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A hetaira de grande beleza Thaïs (Θαΐς) foi uma personagem histórica do tempo de Alexandre o Grande. O seu feito mais memorável parece ter sido convencer Alexandre a queimar o palácio de Persépolis, talvez em vingança ao incêndio do templo de Atena por Xerxes.
O nome significa “bandagem”, “atadura” (algo que envolve...) e tem o valor numérico 220.
220 é um número muito interessante. É amigo de 284 e tem todo um simbolismo mágico ligado a ele. O meio assustador Liber Legis dos thelemitas tem 220 versículos e é chamado alternativamente Liber CCXX.
220 é também o número do meu nome favorito de Deus, Shaddai, quando transliterado para o grego, Σαδδαΐ.
Essa Thaís arquetípica inspirou muitas personagens literárias e houve também uma Santa Thaís que foi, segundo a lenda, uma cortesã arrependida que se tornou santa cristã.
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Helena e Thaís mostram que às vezes a beleza sedutora das mulheres é um dos motores da História.
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Laís (Λαΐς) foi o nome de duas cortesãs famosas da Grécia antiga, Laís de Corinto e Laís de Hyccara, cujas histórias muitas vezes se confundem.
Laís de Corinto floresceu na época da Guerra do Peloponeso e era tida como a mulher mais bonita de seu tempo.
A mais jovem, Laís de Hyccara, foi contemporânea e rival de outra hetaira de renome, Phryne (Φρύνη) e teria acabado de modo trágico na Tessália.
Fernando Pessoa traduziu de uma Antologia Grega em inglês de W.R.Paton esta poesia atribuída a Platão e dedicada a uma Laís:
“Eu, cuja beleza altiva sorriu-se da Grécia,
Laís, a cuja porta eram enxame os amantes,
O espelho em que me via, hoje a Afrodite dedico
Não quero ver-me qual sou, não posso ver-me qual fui.”
Acho que a decadência provocada pelo Tempo é mais dolorosa para as mulheres extraordinariamente bonitas.
O valor numérico de Λαΐς é 241.
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